Gravel para Felipe

Talvez nem seja adequado chamar esse projeto de maneira tão genérica como “Gravel”, visto a quantidade de coisas únicas e cuidadosamente escolhidas que possui. E justiça seja feita, o mérito pela meticulosa seleção de componentes e pintura é todo do Felipe, um verdadeiro connoisseur do mundo ciclistico. Além de uma bike aventureira, a proposta era criar uma verdadeira “practical steel bike”, feita pra agilidade no uso cotidiano.  

Começando pelo frameset, fabricado em tubagem Columbus Zona, e garfo em tubagem Columbus com cachimbos, temos uma geometria bastante clássica. Com alguns elementos “modernizados”, trouxemos para ela um comportamento ágil, estável e otimizado para a terra. Direção ligeiramente horizontal, seat tube em angulação média e trail médio fazem dela uma bike que responde bem a curvas, e se mantém leve de manejar mesmo com peso. A traseira média, somada ao central ligeiramente mais baixo garantem uma bike com boa estabilidade lateral. 

Mas o maior brilho dessa bike está na montagem. Começando pelo incrivel pedivela Grand Cru da Velo Orange, que além da beleza estética, oferece uma relação ampla e perfeita pra cicloturismo. Combinado a um cassete 11-36 de 10v, temos incríveis 660% de amplitude, escalonamento generoso e um verdadeiro banquete de velocidades. Saindo completamente do comum, o Felipe optou por abrir mão dos STIs em troca do charme dos shifters de downtube da Dia-Compe. Além da liberdade para o uso de coroa tripla, eles são uma solução compatível com diversos modelos de câmbios e velocidades, e não sofrem do maldito cable pull ratio que cria dificuldades na compatibilidade de STIs. 

Para os freios, o escolhido foi um conjunto da TRP, com manetes tipo Aero e pinças TRP HyRd, um dos melhores modelos de freio semi-hidraulicos do mercado, trazendo a praticidade e universalidade dos freios de cabo com a performance e maciez de frenagem dos hidraulicos. Com encaixes tipo flat mount, a condução do cabeamento é interna, através de duto integral de inox. Alias, para os cabos de câmbio, criamos uma solução inédita, onde o cabo desce exposto pelo DT como esse tipo de shifter demanda, e segue por dentro do quadro até a traseira. 

Complementando a montagem, temos os incriveis pneus Rene Herse Hatcher Pass, cuja marca e modelo são raros de ver por aqui. Montados nas também excelentes rodas Flay FX1800, o conjunto é leve, extremamente rápido e claro, visualmente muito atraente. Ainda na parte de rodas, temos o nosso já classico paralamas BeWood modelo Spino, com nossa padronagem exclusiva.    

A parte visual também trouxe uma personalidade que, assim como a bike, sai do usual. A pintura em verdes acinzentados de tom quente traz um toque classico, sem apelar pra uma estetica excessivamente vintage. Ao invés de acessórios em cor de couro cru, a opção por acabamentos pretos cria um contraste visual que destaca ainda mais os componentes cromados. Uma bike que nos dá muito orgulho de ter participado da criação.