Do litoral à serra - Cascata da Pedra Branca

Já fazia algum tempo que a gente planejava conhecer a Pedra Branca. Famosa pelo efeito de “borda infinita” com vista aos cânions que se forma na parte superior, esta cascata está localizada no município gaúcho de Três Forquilhas, distante cerca de 60km da praia de Capão da Canoa.

Aproveitando que passávamos o período de recesso de fim de ano no litoral, concluímos que aquela era uma ótima oportunidade pra se aventurar de ir até lá pedalando. Equipamos então as bikes com algumas bolsas de bikepacking que possuíamos, e partimos no início da manhã. Como a ideia era poder curtir o caminho, escolhemos fazer a maior parte do percurso por estradas de chão batido, costeando a Lagoa dos Quadros, com a linda vista da Serra do Mar ao fundo. Seguindo em sentido à serra, chegamos até Terra de Areia, nossa primeira parada. Aproveitamos a pausa pra almoçar e descansar um pouco antes de seguir.

De volta a estrada, cruzamos a BR 101 e começamos a subir. Ingressamos então em uma estrada as margens do Rio Três Forquilhas, e a partir dali o visual começou a mudar. Além das muitas localidades rurais charmosas, pouco a pouco começaram a surgir os paredões rochosos dos cânions. A beleza da região era tanta, que somente aquela vista já teria feito a viagem valer a pena.O roteiro todo era relativamente plano e com estradas em bom estado, sendo possível de se fazer com bikes gravel. 

Como queríamos ter mais tempo de conhecer a região, reservamos uma cabana próxima a cascata, que nos permitiu descansar após o trajeto do primeiro dia. Como o local onde nos hospedamos não possuia comércios próximos, tivemos que levar comida para aquela noite e para o dia seguinte. Quando chegamos no nosso destino, já começava a anoitecer, e aproveitamos para lavar nossas roupas e descansar. 

No inicio da manhã seguinte, percorremos a pé a trilha que levava ao topo da cascata. Por ser uma trilha fechada, não é possível fazer a subida de bike. O caminho tem muita subida, e em alguns pontos é bastante desgastante. Ao chegar no final porém, o esforço se justifica, e a vista de lá é provavelmente um dos cenários naturais mais bonitos do RS. 

Depois de passar algum tempo curtindo a vista lá de cima, voltamos pela mesma trilha, e seguimos pela estrada de acesso até parte de baixo da cascata. Como a queda d’água era bastante alta e volumosa, o poço dela não é tão convidativo para o banho, mas vale a pena pelo visual. A altitude faz com que a água forme uma nuvem de vapor, e um barulho impressionante da queda. 

Já passavam das 13hs, e ainda precisávamos fazer toda a volta pra casa. Decidimos que era hora de começar a viagem de retorno. Apesar de bem mais cansados do que na ida, voltar foi tranquilo. Como partimos da altitude, o início foi praticamente só de descida, e ainda tivemos a sorte de pegar vento a favor em grande parte do caminho. Desta vez, escolhemos fazer maior quilometragem em asfalto, passando por dentro dos municípios, e andando pelo acostamento das rodovias. Quando chegamos de volta no litoral, já começava a anoitecer.

No total, percorremos cerca de 120km em mais de 12h de pedal, sempre em ritmo de passeio. Aproveitamos cada chance de parar, curtir o ambiente, tirar fotos e respirar. Esta é a parte que mais nos faz gostar de viajar de bike. 

O mapa detalhado do pedal: